1.11.06

"Gelo & Pimenta" com participação especial de Stéfanis Caiaffo

_ pegue o copo para a minha sede - Stéfanis a serve, nu - Torneira não sacia, é pra escoar água perdida. É pra lavar mas não pra essa qualidade de limpeza.
_ Puta vodca ruim! - Stéfanis a serve com um cubo de gelo, na boca - A pedra que derrete, o tempo congelado, a forma do espaço.
_ Aproveite os detalhes, morde - pensa.
_ pra frente guria, não feneça. Aprenda de uma vez por todas. Dentes pendurados são trituradores, mas dóem com o gelo. É sensível, mas não importa. O que importa? - grita -Sim! Anestesia! - luz intensa em seu rosto - Tanto se corre por intensidades quanto por anestesias. (volta a luz ambiente)
_ Vodca com mel é pior do que com adoçante! O gelo ardido deixa a boca ouriçada, ... uma sensação lateja, - derruba a jarra de gelo no corpo de Stéfanis, gritando - Ao menos algo lateja!
_ Schchchch!! Não diga o que não interessa. - sussurra - Está tudo escrito, o rasgo, a dor, a ferida... - à ele - então contribua da seguinte maneira: Sugerindo doses, pílulas, tragos, goles de anestesia. Sinta o eco da dor; nem dê á noite o seu sono. - diz à janela -
Entenda os botecos e as valas de São Paulo. - luz intensa em seu rosto - Tanto se corre por gelos, quanto por pimentas. (desce o pano)