16.1.13

Gravida-de na altura do umbigo

procurei uma imagem pra mostrar meus sentimentos nesse plano chapado que é a comunicação do facebook. Mas não há nada bidimensional que me traduza, as palavras estão muito polidas e os sentimentos são misturados. Essas misturas acontecem num quarto mofado, nalgum endereço morado, alguma história vivida. E se contá-la? Daí ela logo se desgasta, porque aciona as nuvens na paisagem e nubla a imagem, as fotos antigas, borra a lembrança e os detalhes, e gruda tudo uma na outra, naquela pilha que vão de uma caixa a outra mas não vão pro lixo. Acho que é porque o lixo é fora, e a foto guardada está dentro de mim, da vergonha, do medo ou de alguma emoção-sem-palavras... ainda. meu amor, que imensidão o tempo pode ter. Há quase 5 anos que é muito tempo o calo, calado, calejado, calorado, calado, calado, calado encontros com o passado. Imagine o quanto isso grita na verdade dentro de mim. Perdi a linha a letra e a pose e não sei por onde começar. Ser real, verídica, ser convencida e direta mas de ombros caídos, alguém acredita? Nada se cria, tudo se transforma,...num dia minha mãe morre e noutro engravido. sarinha cresce para me segurar, gravida(de)na altura do umbigo. Em casa, só nós, mas lá fora muita gente, muitos carros, metrô, á passos da Av Paulista, verão, conversas interessantes, trocas, pessoas pessoas pessoas e velocidade... Daí pensei, desisti ou resisti em linkar dentro e fora. Mas não com promessas ao telefone que nunca acreditei, falas desesperadas sem gravidade [só com umbigo]porque isso foi decorativo. Comprei a passagem de volta pra Curitiba para o dentro poder sair e o de fora poder entrar [família, bairro bucólico, cidade menor, menos metrô, menos pessoas pessoas pessoas...] e nada disso foi errado, não precisa voltar o filme, pra quê gastar mais o vídeo? Deixa correr, sem botões de "pause", "acelerar", mas tem "mute". e tava rolando até agora assim, sem volume.

10.8.10

é possivel alguém se levantar depois de encarar tantos defeitos? To no round 8, toda modéstica e humildade diante de tantos fatos. Porém nao sei se chego a nocaute antes. Tá foda.

28.7.10

até que pra uma convergente de complexidades uso poucas frases. Curtas e metafóricas, se caso for compreendida, a escrita poderá me representar agora e depois.

19.7.10

26.6.10

Sea of Love

...coço a picada no parquinho.

calça larga azul de algodão e camiseta faziam bem, brinquei com minha filha, tomamos um lanche, caímos na gargalhada mas chorei.

ela foi a uma festinha com a vovó, voltei para casa.

calça cara sem graça em lugar nenhum. falta de alguém ainda sem nome, de se apaixonar.

Chorei porque foi a uma festa minha única forma de amar.

http://www.youtube.com/watch?v=i8R0eoGO7Gw&feature=related

11.6.10

pulso


já pensei demais até chegar e escrever. Parece que me enfio nas coxias para depois me apresentar, escrevo as escondidas. ah! coxias, eu disse coxias... que engraçado, o palco está tão longe, as cortinas estao fechadíssimas, tudo para que eu possa falar sem medo: perdi o pulso EU PERDI O PULSO queria ter cortado mas antes eu perdi. O pulso não pulsa mais, e acabei de perceber, percebi também que está tarde, tarde demais e já secou. Demorei para entender que quando o pulso dói, é por que machucou, e tem que gritar, fazer escandalo, chorar na frente de qualquer um, cair e sofrer, ficar a beira de arrancar os pulsos, ficar descabelada e borrar o olho, mas eu não. Fui comportada e fingi tanto que acreditei que nem dor fazia. Segurei a barra sem fazer careta e no fim, era o PULSO.
Parou de bater, parou de pulsar a veia estancou mas a dor as vezes arde, sempre quando derrubo álcool no corte, mesmo fechado dói. Um filme, um livro uma frase bate forte lá e dói.
O Pulso de ser romântica, o pulso de sonhar, o pulso de se apaixonar, o pulso de odiar e brigar, o pulso minha gente. o pulso que pulsa e ainda pulsa mas nao em mim. socorro nao estou sentindo nada. nem nada. nem gelol, nem tylenol. nada.
A afta, a nafta a alfa. Nada. a dor, o dente, o olho, a lente. nada. o que havia estancou na cor bordo, cor do sangue envelhecido. o fim com cor de começo. o fim sem fim, acabei em mim, sem pulso.

22.4.10


a bomba e o vulcao
bummmmmmmmm

por fora e por dentro,
o branco e o negro no azul e no vermelho,

o lugar estrangeiro, da filha e da mae,
na art e no pub,

londres...Oh! london
o que tem e o que nao tem,
da palavra ao ponto,
entre o big e o ben.