26.11.06

letras aladas

voltar ao dizível / tirar sangue de pedra / A neurose é engraçada na peça "A fata que nos move ou todas as histórias são ficção" / ... vc e meu braço, meu pulso.. / acho que mudei...,. sempre.... mas quero te encontrar. te rever e ver se continuarei sendo essa aqui que mudei.... mas não vou filosofar... tõ escovando os dentes.... / as vezes penso que quando vc me encontrar.... vai me achar careta.... e não puts! que bosta... with no way out, you know /
sabia que as vezes eu acho que vivemos nos alimentando de historias do passado? sabia? mantemos algumas historias vivas para ainda termos o que falar, tipo: lui e igor, ofelia e ponto, arte.../ a gente nao sabe mais o que eh. e essa eh a crise da idade.... se agarras nas fotografias pra afirmar as identidades. /
vc sabe porque somos tao unidas? porque sou a sua unica testemunha. a unica que pode testemunhas a favor da tua existencia. sou uma das unicas que pode te trazer a memoria quem vc um dia ja foi. / vc me tras de volta a Lucianna que matei, darling. falar com vc tem a pureza dos anos ingenuos/ as crencas nessa bobagem profunda e narcisista da arte / guria, vc eh a minha unica testemunha. / quero muito ser algum lugar - bom - pra vc, amada/ autópsias da primavera diz: boa noite./

2.11.06

"Ai de mim!" - N. Ramos

...as frases dissecam e aqui jaz o esqueleto.
Não se escuta o que ele disse.
Não se entende as manchas no canto do bar.
Os olhares são ladrões baratos, pousam feito moscas sob qualquer normal.
São visões baratas que furtam minha atenção.
A essa altura palavras viram alegorias. Nada mais importa dizer.
Dar-me um preço alto...
A vida só custará caro quando ficar escassa, mesmo!
Rir à custa de ópio, sem discutir os fins.
Se basta para todos, bastará para mim também.

1.11.06

"Gelo & Pimenta" com participação especial de Stéfanis Caiaffo

_ pegue o copo para a minha sede - Stéfanis a serve, nu - Torneira não sacia, é pra escoar água perdida. É pra lavar mas não pra essa qualidade de limpeza.
_ Puta vodca ruim! - Stéfanis a serve com um cubo de gelo, na boca - A pedra que derrete, o tempo congelado, a forma do espaço.
_ Aproveite os detalhes, morde - pensa.
_ pra frente guria, não feneça. Aprenda de uma vez por todas. Dentes pendurados são trituradores, mas dóem com o gelo. É sensível, mas não importa. O que importa? - grita -Sim! Anestesia! - luz intensa em seu rosto - Tanto se corre por intensidades quanto por anestesias. (volta a luz ambiente)
_ Vodca com mel é pior do que com adoçante! O gelo ardido deixa a boca ouriçada, ... uma sensação lateja, - derruba a jarra de gelo no corpo de Stéfanis, gritando - Ao menos algo lateja!
_ Schchchch!! Não diga o que não interessa. - sussurra - Está tudo escrito, o rasgo, a dor, a ferida... - à ele - então contribua da seguinte maneira: Sugerindo doses, pílulas, tragos, goles de anestesia. Sinta o eco da dor; nem dê á noite o seu sono. - diz à janela -
Entenda os botecos e as valas de São Paulo. - luz intensa em seu rosto - Tanto se corre por gelos, quanto por pimentas. (desce o pano)